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Dois mil e quinze foi o ano em que a prefeitura prometeu em quilômetros de ciclovias o que a cidade do Rio de Janeiro estava completando de idade, 450. E para cumprir a meta valeu tudo, desde pintar bicicletas nas ruas e calçadas de pedras portuguesas, que, como todo ciclista sabe, são horríveis para pedalar, e criação das por nós chamadas ‘ciclofarsas’.
Em comemoração a meta falsamente atingida, a prefeitura lançou o Mapa Cicloviário do Rio de Janeiro, que pode ser usado para a imprensa enganar a população, mas a gente que coloca as bicicletas todos os dias nas ruas sabe o quanto ele é mentiroso.

Cresci na Ilha do Governador e participei da campanha pela implementação do anel cicloviário da região, que consta na cartografia da prefeitura, mas nos mais de vinte quilômetros apresentados, apenas um pequeno trecho é segregado. A maior parte é composta apenas por sinalização horizontal, com bicicletas pintadas no chão indicando rua compartilhada. Em tese, essa sinalização é desnecessária, já que o Código de Trânsito Brasileiro já diz que as bicicletas são veículos e devem trafegar pelas ruas. Elas servem apenas para reforçar isso junto aos motoristas.
É extremamente importante essa sinalização, mas contar como ciclovia é mentir para a população, e fico chateado quando blogs especializados em ciclomobilidade divulgam essas informações como verdadeiras, sem questionar em nenhum momento a qualidade das ciclovias ou se elas de fato existem.
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E assim segue o escárnio da prefeitura do Rio junto à população e aos ciclistas que todos os dias arriscam a vida neste trânsito caótico.